Fotos: Arquivo Pessoal
Engajada na luta por igualdade entre mulheres e homens, Nadir Pacheco Bertoia, 73 anos, sempre foi apaixonada pela ideia de defender as causas nas quais acreditava. A idosa se formou na Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em 1967, no curso de Direito. Mas, dois anos e meio antes de receber o diploma, ela já exercia a profissão. E seguiu atuando até um mês antes de morrer. Apaixonada pela advocacia, Nadir não deixava de atender aos clientes nem mesmo de madrugada.
- A mãe dizia que dava carinho aos clientes, não só os atendia. Quando ela estava no hospital, eles ligavam, e, mesmo debilitada, ela atendia ao telefone e resolvia os processos - diz o filho mais velho, Christian Pacheco Bertoia, 47 anos.
Nadir foi casada por 45 anos com o médico Arare Gilberto Maya Bertoia (já falecido). Além de Christian, os dois eram pais de Romeu Bertoia Neto, 37 anos.
A família estava sempre reunida, já que a advogada prezava muito pela proximidade entre os parentes. Christian, inclusive, também se formou em Direito e trabalhava no escritório da mãe. Os dois iam e voltavam juntos do trabalho todos os dias e conversavam muito sobre a vida e sobre o ofício que escolheram. Por muitos anos ela foi conselheira e laureada da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Nadir também foi procuradora jurídica e secretária de Obras em Santa Maria.
Nascida em São Pedro do Sul, ela mantinha, até 1994, um escritório na cidade. Conforme o filho e sócio, a advogada sempre foi muito integra e prezava pela ética na profissão.
Nadir nunca teve um processo ético movido contra ela e tinha muitos clientes nas áreas de família e médica.
- Ela era um exemplo de mãe, mulher, profissional e sogra. Eu sempre falo que tive uma segunda mãe. A Nadir só nos deixou boas lembranças. Ela superou o preconceito na área jurídica logo após se formar, já que, no meio, a grande maioria era de homens. Muito guerreira e corajosa, ela nos deixou dois ensinamentos: o amor pela família e o amor pela profissão. Era muito dedicada - recorda a nora Micheline Bertoia, 45 anos, que conviveu com a advogada por quase três décadas.
Avó de Alfredo Schmitt, 28 anos, Christian Filho, 19, Valentina Bertoia, 6, e Enrico Bertoia, 2, Nadir também criou o sobrinho Oswaldo de Oliveira Pacheco, 54 anos, como um filho, e os filhos dele, Laura, 16, Otávio, 5 e Alice, 2, como seus netos. Aos domingos, quando reunia a família, Nadir pedia comida de restaurantes para poder ficar mais tempo conversando com os netos e tomando seu tradicional café.
- No escritório, ela tomava muito o café e chimarrão. Eu e meu sócio estamos nos reestruturando para poder atender aos nossos clientes do jeito que a mãe fazia - diz o filho Christian.
O neto Christian era quem acompanhava a avó nas quimioterapias e em outros tratamentos de saúde. Influenciado pela convivência com a avó e o pai advogados, ele também decidiu cursar Direito.
Nadir também tinha como paixão as viagens para diferentes praias e o Carnaval. Ela adorava desfilar em escolas de samba com o marido.
A advogada ficou internada por 21 dias no Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo, lutando contra um câncer no pulmão. Em 8 de março, Dia Internacional da Mulher, Nadir sofreu um infarto. Ela foi sepultada no dia seguinte, às 9h no Cemitério Ecumênico Municipal, em Santa Maria.
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As informações sobre falecimentos podem ser enviadas para natalia.zuliani@diariosm.com.br ou pelo telefone (55) 3213-7122